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segunda-feira, abril 02, 2007

Me-Me-Me-Deu-Deu-Deu

From Here We Go Sublime, The Field (2007) - 10

Todo mundo já ouviu um disco arranhado. Eu já ouvi uma versão mais intricada dele: o computador travado. Minha máquina antiga era levemente inferior à que eu tenho agora, e ela esporadicamente “congelava” - até o sistema ter a oportunidade de lidar com todos os programas operando no momento (ou o que quer que for que um sistema faça). E quando isso acontecia, a música tocando no meu Winamp naquele momento ficava presa numa repetição do mesmo fragmento de 1 segundo ou menos. E embora sempre exista uma grande quantidade de frustração em ter o seu computador travado por algum tempo, as vezes eu percebia que esse loop não-intencional – seja de alguma faixa de Coldplay ou de alguma sinfonia de Mozart - geralmente não soava nada mal (e como “intencional” rima como “nada mal”, isso quer dizer que eu estou falando a Verdade). A minha frustração se dissipava e eu começava a balançar a cabeça no ritmo, achando engraçado um cantor repetindo a mesma sílaba dezenas de vezes, ou o som de um prato cortado pela metade.

The Field transformou essa inconveniência do disco arranhado (ou computador travado) num dos discos de música eletrônica mais lindos que eu já ouvi. Aliás, risque isso. Mais apropriado seria dizer que eu não lembro de muitos outros discos que tenham me dado a quantidade de prazer que essas primeiras experiências com From Here We Go Sublime estão me dando agora. Eu acredito que essa analogia de “ouvir música dentro de uma piscina” já tenha ficado clichê, então eu vou tentar produzir uma variação dela: é como estar congelado dentro de um iceberg e ter um som congelado a alguns metros de você, tocando trance num volume alto. Tão alto que você começa a se aquecer. Aí o gelo derrete. E você começa a dançar nu no Pólo Norte. Etc. Você entendeu.

O ponto é que este disco é absolutamente mágico e surreal e hipnótico e você deve correr até o seu eMule ou Soulseek e baixá-lo o mais rápido possível. Só um aviso: cuidado com “The Deal”, a faixa mais longa. Ela pode te levar à um estado de êxtase tão grande que causaria danos psicológicos irreversíveis. Se você começar a se sentir tonto - ou notar uma ereção inesperada, ou ter um estranho desejo de querer ser um Telletubbie pulando em câmera-lenta – desligue o seu som e procure ajuda médica.

Aqui vai uma faixa pra dar um gosto da coisa: "Everyday". Eu diria que é uma das piores do disco, e ainda sim eu não ousaria chamar ela de nada menos que "ótima".

***

Em outras notícias, Boxer, o novo disco do The National, também vazou. É muito, muito bom. Corram atrás.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Boa a música, dá até vontade de dançar e tal (e olha que eu não danço e nem me atrevo a tentar).
É uma bosta que eu esteja sem gravadora; não consigo ouvir música no computador. A qualidade das caixinhas é horrível. =(

Tu dança, Luís?

10:40 PM  
Anonymous Anônimo said...

Esse disco me fez passar mal, isso é sério.

Mas como eu considero suas opiniões darei uma quarta ou quinta chance.. sei lá.

boa sorte a mim.

1:34 AM  
Blogger Luis Calil said...

Wanderson: só depois de tremendas quantidades de alcool.

Thiago: ele também me fez passar mal, mas no melhor sentido possível.

7:39 AM  

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