Nikolai, Youth Mortician!
Deixei os filmes irem acumulando... Olha a merda que deu. Comentários mais breves ainda do que o normal, mas pelo menos estou falando sobre tudo que eu vi nesse meio tempo (é um exercício de disciplina):
Memórias de um Assassino (Bong Joon-ho, 2003)
(62)
(DVD)
*Olá, Bong. Um aviso: Distúrbio Maníaco-Depressivo (hoje conhecido como Desordem Bipolar) já tem tratamento. É essencial que este tratamento seja buscado, especialmente no seu caso, onde você alterna cenas de comédia e melodrama de 2 em 2 minutos, com resultados geralmente desengonçados e ineficazes. Podia ter sido excelente nas mãos de alguém com mais rigor - não necessariamente eliminando o humor, mas tornando ele menos escrachado e estúpido, e inserido nos momentos apropriados. Ainda é um filme ambicioso, levemente divertido, cheio de detalhes, e com um epílogo emocionante.
The Host (Bong Joon-ho, 2006)
(68)
(DVD)
*Olá, Bong. Vejo que você começou a usar o medicamento para Desordem Bipolar pelos primeiros 25 minutos desse filme, mas depois abandonou o tratamento. O que aconteceu, meu rapaz? O prólogo acompanha agilmente a criação e o desenvolvimento do monstro, e a primeira cena de ação te pega desprevinido – Bong não perde tempo criando suspense para a introdução da criatura, e a joga bem na sua cara – e é brilhante. Depois disso, o filme vai desmontando com uma narrativa errante, cenas arrastadas que não levam a lugar nenhum, subtramas desnecessárias, pouco foco, etc. Como no caso de Memórias, o filme ainda permanece levemente divertido, mas tinha tanto potencial...
Time (Kim Ki-Duk, 2006)
(75)
(DVD; segunda vez)
*Eu já escrevi sobre esse na minha cobertura do festival de SP do ano passado, e os meus comentários lá ainda estão válidos. O Kim Ki-Duk aparece com um conceito genial nas mãos e o explora habilmente. Em alguns trechos do segundo e terceiro ato eu fiquei constantemente segurando lágrimas. Se fosse só um pouquinho melhor, podia ter sido um clássico.
O Coração do Mundo (Guy Maddin, 2000)
(86)
(DVD; quinta vez)
*Ao contrário do filme anterior, nesse eu nem me preocupei em segurar lágrimas. Um filme que consegue te emocionar como se fosse um trator atropelando o seu sistema nervoso merece bastante mérito, especialmente se ele só dura 6 minutos. É sobre como problemas pessoais podem parecer catástrofes mundiais para os envolvidos, é sobre – como em Casablanca – o valor de sacrifícios pessoais para o bem maior, é sobre arte como terapia, entre outros. Uma obra-prima.
Dave Chappelle’s Block Party (Michel Gondry, 2005)
(74)
(AVI)
*É um documentário retratando o comediante Dave Chappelle planejando uma festa de música no seu bairro, no Brooklyn. O filme intercala cenas dos shows de Hip-Hop e R&B na festa com cenas do planejamento, dos convidados recebendo seus convites, Dave zoando com todo mundo, etc. O que mais você precisa? Um mapa? Faça-me o favor.
Filhos da Esperança (Alfonso Cuaron, 2006)
(51)
(DVD)
*Fala sério. Quem escreveu esse roteiro? Os filhos do Cuaron? Nesse caso, eles não tem esperança.
À Procura da Felicidade (Gabriele Muccino, 2006)
(67)
(Cinema)
*A trilha é horrorosa, mas o resto é surpreendentemente competente. Ainda há uma certa quantidade de manipulação barata, mas a história (baseada em fatos reais) em si é tão emocionante que eu passei a segunda metade toda segurando lágrimas (sim, de novo). Eu estava literalmente pensando: “Putz, eu não posso começar a soluçar alto aqui. Controle-se, Luis”. E não, eu não estou ficando sentimental. O roteiro é esperto, e mantém-se ocupado constantemente criando obstáculos para o protagonista, que vão acumulando e amontoando até chegar à um nível desesperador. E eu também aprecio o fato do filme propor e dramatizar a idéia de que a felicidade não é necessariamente um estado, mas sim uma emoção evasiva e efêmera, e que mesmo assim deve ser perseguida. O clímax, depois de duas horas de sofrimento, se torna quase transcendental (em grande parte por causa da atuação do Will Smith). Vejam.
Miami Vice (Michael Mann, 2006)
(58)
(DVD)
*Muito bem dirigido e montado, divertido até certo ponto, e a imagem da câmera HD está fantástica, embora a movimentação ainda seja escrota. Parece um filme que o Steven Soderbergh faria, só que sem o seu senso de humor.
Comedian (Christian Charles, 2002)
(55)
(AVI)
*Inútil se você já compreende o óbvio: sim, ser um comediante é difícil; sim, lidar com platéias é difícil; sim, o Seinfeld é foda; sim, sucesso não torna a criação artística mais fácil. Etc. Com isso dito, eu me diverti bastante. O filme tem uma trilha sonora de jazz, acompanha conversas de comediantes em bares noturnos e clubes de comédia, mostra um retrato dos bastidores de como é ser Seinfeld, é leve e despretensioso. Vale a pena procurar se você é interessado no assunto.
Irma Vep (Olivier Assayas, 1996)
(79)
(DVD; segunda vez)
*Já escrevi sobre ele. Como eu disse antes, é uma festa. Não tem erro.
Apocalypto (Mel Gibson, 2006)
(59)
(Cinema)
*Vou copiar o que eu escrevi em outro lugar: "O Mel Gibson mostra como os povos indígenas se "auto-destruiram", mas não é por causa do conflito entre tribos diferentes (esse pode ser o motivo histórico, mas não é o que o filme está interessado). Gibson deixa implícito - através de traços e elementos religiosos na narrativa, como a Menina-Oráculo - que o que ele acha que causou o fim daquele povo foi a sua "crueldade" e "imoralidade" (representada através dos sacrifícios na cidade, o massacre na vila, entre outros). Os conflitos intertribais e a chegada dos europeus foram como uma punição de Deus. Isso - a interferência de Deus - é dramatizado na forma em que o grupo dos indios malvados vai morrendo, sendo eliminados um por um por elementos da natureza (onça, cobra, abelhas, etc). De qualquer forma, é um filme legalzinho, mas mal dirigido. Com um diretor mais competente no comando, poderia ter sido ótimo. E a imagem da camera HD está meio escrota. Para sua consideração: "Os Sacrifícios na Cidade Maia", já entre as melhores cenas de 2007 (no Brasil). Vale por si só o preço do ingresso."
Charada (Stanley Donen, 1963)
(74)
(DVD)
*É super divertido, engraçado, Hitchcockiano, bla bla bla. É sobre como nossa felicidade em relacionamentos depende da nossa tendência instintiva e duvidosa de confiar no próximo. Ou algo assim. Tem uma cena que o Cary Grant toma banho vestido num terno. É informação o suficiente pra você? Que tal uma atuação coadjuvante absolutamente genial (e cômica) de Walter Matthau? Muito bem dirigido e escrito. Nota mental: procurar mais filmes antigos com o Walter Matthau.
O Sacrifício (Andrei Tarkovsky, 1986)
(45)
(DVD; quarta vez)
*Eu não via esse filme a uns 2 ou 3 anos. Um antigo favorito – minha nota antes era um 86, mostrando uma queda de 41 pontos (!) nessa nova assistida – mas agora me parece apenas intermitentemente bom, com vários trechos arrastados e tediosos, especialmente no segundo ato, depois da revelação da possível guerra que estaria acontecendo. Eu acredito que é uma questão da minha fascinação inicial pelo trabalho da Tarkovsky ter decaído com o tempo devido à uma crescente familiaridade (opa, o tema de Time!). O que me parecia exótico e inovador aos 16/17 agora já não é tão grande coisa. O filme ainda tem uma atmosfera densa, mas o Tarkovsky abusa tanto do ritmo ponderado que ela acaba se desintegrando (eu também descobri nesse período de 3 anos que economia é uma boa qualidade). Os primeiros 40 minutos são bastante agradáveis, retratando a dinâmica da família e o clima sazonado e suave do dia do aniversário do protagonista (Erland Josephson, numa atuação fantástica), com o carteiro Otto trazendo um certo senso de humor. Mas a alteração de tom na segunda metade meio que faz tudo desabar. O que resta de excitante são só as montagens surreais que só o Tarkovsky sabe fazer.
Memórias de um Assassino (Bong Joon-ho, 2003)
(62)
(DVD)
*Olá, Bong. Um aviso: Distúrbio Maníaco-Depressivo (hoje conhecido como Desordem Bipolar) já tem tratamento. É essencial que este tratamento seja buscado, especialmente no seu caso, onde você alterna cenas de comédia e melodrama de 2 em 2 minutos, com resultados geralmente desengonçados e ineficazes. Podia ter sido excelente nas mãos de alguém com mais rigor - não necessariamente eliminando o humor, mas tornando ele menos escrachado e estúpido, e inserido nos momentos apropriados. Ainda é um filme ambicioso, levemente divertido, cheio de detalhes, e com um epílogo emocionante.
The Host (Bong Joon-ho, 2006)
(68)
(DVD)
*Olá, Bong. Vejo que você começou a usar o medicamento para Desordem Bipolar pelos primeiros 25 minutos desse filme, mas depois abandonou o tratamento. O que aconteceu, meu rapaz? O prólogo acompanha agilmente a criação e o desenvolvimento do monstro, e a primeira cena de ação te pega desprevinido – Bong não perde tempo criando suspense para a introdução da criatura, e a joga bem na sua cara – e é brilhante. Depois disso, o filme vai desmontando com uma narrativa errante, cenas arrastadas que não levam a lugar nenhum, subtramas desnecessárias, pouco foco, etc. Como no caso de Memórias, o filme ainda permanece levemente divertido, mas tinha tanto potencial...
Time (Kim Ki-Duk, 2006)
(75)
(DVD; segunda vez)
*Eu já escrevi sobre esse na minha cobertura do festival de SP do ano passado, e os meus comentários lá ainda estão válidos. O Kim Ki-Duk aparece com um conceito genial nas mãos e o explora habilmente. Em alguns trechos do segundo e terceiro ato eu fiquei constantemente segurando lágrimas. Se fosse só um pouquinho melhor, podia ter sido um clássico.
O Coração do Mundo (Guy Maddin, 2000)
(86)
(DVD; quinta vez)
*Ao contrário do filme anterior, nesse eu nem me preocupei em segurar lágrimas. Um filme que consegue te emocionar como se fosse um trator atropelando o seu sistema nervoso merece bastante mérito, especialmente se ele só dura 6 minutos. É sobre como problemas pessoais podem parecer catástrofes mundiais para os envolvidos, é sobre – como em Casablanca – o valor de sacrifícios pessoais para o bem maior, é sobre arte como terapia, entre outros. Uma obra-prima.
Dave Chappelle’s Block Party (Michel Gondry, 2005)
(74)
(AVI)
*É um documentário retratando o comediante Dave Chappelle planejando uma festa de música no seu bairro, no Brooklyn. O filme intercala cenas dos shows de Hip-Hop e R&B na festa com cenas do planejamento, dos convidados recebendo seus convites, Dave zoando com todo mundo, etc. O que mais você precisa? Um mapa? Faça-me o favor.
Filhos da Esperança (Alfonso Cuaron, 2006)
(51)
(DVD)
*Fala sério. Quem escreveu esse roteiro? Os filhos do Cuaron? Nesse caso, eles não tem esperança.
À Procura da Felicidade (Gabriele Muccino, 2006)
(67)
(Cinema)
*A trilha é horrorosa, mas o resto é surpreendentemente competente. Ainda há uma certa quantidade de manipulação barata, mas a história (baseada em fatos reais) em si é tão emocionante que eu passei a segunda metade toda segurando lágrimas (sim, de novo). Eu estava literalmente pensando: “Putz, eu não posso começar a soluçar alto aqui. Controle-se, Luis”. E não, eu não estou ficando sentimental. O roteiro é esperto, e mantém-se ocupado constantemente criando obstáculos para o protagonista, que vão acumulando e amontoando até chegar à um nível desesperador. E eu também aprecio o fato do filme propor e dramatizar a idéia de que a felicidade não é necessariamente um estado, mas sim uma emoção evasiva e efêmera, e que mesmo assim deve ser perseguida. O clímax, depois de duas horas de sofrimento, se torna quase transcendental (em grande parte por causa da atuação do Will Smith). Vejam.
Miami Vice (Michael Mann, 2006)
(58)
(DVD)
*Muito bem dirigido e montado, divertido até certo ponto, e a imagem da câmera HD está fantástica, embora a movimentação ainda seja escrota. Parece um filme que o Steven Soderbergh faria, só que sem o seu senso de humor.
Comedian (Christian Charles, 2002)
(55)
(AVI)
*Inútil se você já compreende o óbvio: sim, ser um comediante é difícil; sim, lidar com platéias é difícil; sim, o Seinfeld é foda; sim, sucesso não torna a criação artística mais fácil. Etc. Com isso dito, eu me diverti bastante. O filme tem uma trilha sonora de jazz, acompanha conversas de comediantes em bares noturnos e clubes de comédia, mostra um retrato dos bastidores de como é ser Seinfeld, é leve e despretensioso. Vale a pena procurar se você é interessado no assunto.
Irma Vep (Olivier Assayas, 1996)
(79)
(DVD; segunda vez)
*Já escrevi sobre ele. Como eu disse antes, é uma festa. Não tem erro.
Apocalypto (Mel Gibson, 2006)
(59)
(Cinema)
*Vou copiar o que eu escrevi em outro lugar: "O Mel Gibson mostra como os povos indígenas se "auto-destruiram", mas não é por causa do conflito entre tribos diferentes (esse pode ser o motivo histórico, mas não é o que o filme está interessado). Gibson deixa implícito - através de traços e elementos religiosos na narrativa, como a Menina-Oráculo - que o que ele acha que causou o fim daquele povo foi a sua "crueldade" e "imoralidade" (representada através dos sacrifícios na cidade, o massacre na vila, entre outros). Os conflitos intertribais e a chegada dos europeus foram como uma punição de Deus. Isso - a interferência de Deus - é dramatizado na forma em que o grupo dos indios malvados vai morrendo, sendo eliminados um por um por elementos da natureza (onça, cobra, abelhas, etc). De qualquer forma, é um filme legalzinho, mas mal dirigido. Com um diretor mais competente no comando, poderia ter sido ótimo. E a imagem da camera HD está meio escrota. Para sua consideração: "Os Sacrifícios na Cidade Maia", já entre as melhores cenas de 2007 (no Brasil). Vale por si só o preço do ingresso."
Charada (Stanley Donen, 1963)
(74)
(DVD)
*É super divertido, engraçado, Hitchcockiano, bla bla bla. É sobre como nossa felicidade em relacionamentos depende da nossa tendência instintiva e duvidosa de confiar no próximo. Ou algo assim. Tem uma cena que o Cary Grant toma banho vestido num terno. É informação o suficiente pra você? Que tal uma atuação coadjuvante absolutamente genial (e cômica) de Walter Matthau? Muito bem dirigido e escrito. Nota mental: procurar mais filmes antigos com o Walter Matthau.
O Sacrifício (Andrei Tarkovsky, 1986)
(45)
(DVD; quarta vez)
*Eu não via esse filme a uns 2 ou 3 anos. Um antigo favorito – minha nota antes era um 86, mostrando uma queda de 41 pontos (!) nessa nova assistida – mas agora me parece apenas intermitentemente bom, com vários trechos arrastados e tediosos, especialmente no segundo ato, depois da revelação da possível guerra que estaria acontecendo. Eu acredito que é uma questão da minha fascinação inicial pelo trabalho da Tarkovsky ter decaído com o tempo devido à uma crescente familiaridade (opa, o tema de Time!). O que me parecia exótico e inovador aos 16/17 agora já não é tão grande coisa. O filme ainda tem uma atmosfera densa, mas o Tarkovsky abusa tanto do ritmo ponderado que ela acaba se desintegrando (eu também descobri nesse período de 3 anos que economia é uma boa qualidade). Os primeiros 40 minutos são bastante agradáveis, retratando a dinâmica da família e o clima sazonado e suave do dia do aniversário do protagonista (Erland Josephson, numa atuação fantástica), com o carteiro Otto trazendo um certo senso de humor. Mas a alteração de tom na segunda metade meio que faz tudo desabar. O que resta de excitante são só as montagens surreais que só o Tarkovsky sabe fazer.
7 Comments:
Bem, do que eu vi daí minhas notas mais ou menos batem com as suas, com exceção de 2 filmes. vamos ver:
The Host [71]
Time [74]
Coração do Mundo [82] (2x)
Miami Vice [66]
Agora quanto a Filhos da Esperança fiquei com [79], embora realmente precise rever, acredito que baixe por que? Porque fiquei muito impressionado com a direção de algumas cenas em especial e talvez o roteiro tenha suas falhas, qualquer maneira não acho que vá baixar a ponto de ficar abaixo de um 65... e eu ainda achei que você iria dar uma nota maior. ok.
À Procura da Felicidade [34]
Lamento, aqui não deu. Discordo que o roteiro seja esperto, muito pelo contrário, achei retardado, justamente no ponto que você tocou criar obstáculos, sim, eles são criados, criados, criados, forçados!!! Na segunda metade do filme eu já estava irritado com o que via, o roteiro basicamente te faz ver vários problemas serem criados para o personagem de Will Smith, sendo todos eles forçado (ou quase todos). Fora que eu não curti também curti a direção, mas pra não ser cruel com o italiano um dos últimos planos do filme do climáx mesmo, é bem legal. Ah é, lembrei agora que achei a narração totalmente desnecessária matando o algum sub-texto do filme. E sim, Will Smith está foda!
Fora isso, você falou de Tarkovski, ainda não vi O Sacrifio, mas assisti O Espelho à poucos dias atrás, o que acha desse? Quer dizer, se é que você viu à relativamente pouco tempo...
Procure no youtube os curtas Fish Stick e Fecal Matters do qual do Noah Lennox mais conhecido como Panda Bear participa. E depois me dê sua opinião.
O roteiro de FILHOS DA ESPERANÇA é ruim pelo senso de importância própria que ele cria, como se citar Imigração e Terrorismo - sem dizer absolutamente nada de interessante ou inteligente sobre tais assuntos - já te dá automaticamente mérito. E também pelo fato de usarem uma linha de narrativa central que não tem nada a ver com tais assuntos (além de uma vaga metáfora). E também pelo diálogo ocasionalmente idiota, cheio de momentos de exposição mal feita pra platéia (o personagem do Caine tratava o Owen como ele tivesse chegado de 2006 em alguns momentos). E isso tudo é piorado pela tentativa do Cuaron de dar um tom realista e natural pras cenas, o que deixa mais claro ainda o quanto o roteiro é artificial.
Já À PROCURA DA FELICIDADE é foda porque... bem, porque obstáculos são foda, especialmente quando eles surgem semi-organicamente das situações. Eu nunca achei nada ali muito forçado (embora eles devam ter enfeitado bastante a história real). E se não fosse essa constante tensão criada pelo roteiro, essa obsessão em resolver problemas, o filme ia ficar muito melodramático (pq não ia ter mais nada pro Will fazer a não ser ver o quanto a situação dele está ruim).
Eu lembro de ter adorado O ESPELHO quando eu o vi (1 ano e meio atrás); dei um 79, se não me engano. Foi o último dele que eu vi, e foi só uma vez. Só deus sabe o que acharia dele agora, mas eu pretendo rever em breve. O que você achou?
E depois eu vou ver esses curtas sim.
Vejamos,
[Spoilers devem existir, obrigado]
acho que aquela cena do metrô é bem o que você disse um obstáculo semi-organico sendo criado ao Will, embora não tenha me emocionado tanto, aquilo é um "obstáculo" decente. Agora quando você vê um cara tentando consertar um aparelho numa luz tosca e ela se apaga deixando ele na penumbra torna-se bem irritante depois que você já viu esse mesmo sujeito negro - não é meu preconceito, e sim da sociedade, ainda mais naquele tempo... quando mesmo? início dos anos 80? - ganhar um emprego em péssimo estado e todo cheio de tinta (e isso não é um obstáculo heim? Só é forçado pra caralho mesmo). Ou então esse mesmo sujeito ser atropela e perder seu sapato, enfim, você sacou o que eu quis dizer.
Notou o excesso de ufanismo no filme? Primeiro a bandeira do americana estava aparecendo um pouco acima do estado comum dos filmes, aí o você nota que o filho do Will carrega um boneco do capitão america consigo, mais tarde Will Smith faz os grandes negócios da sua vida num estádio de futebol americano, por fim, Will resolve perguntar a seu filho qual é o animal mais veloz do mundo... porque não? A lebre americana, claro! hehe! Isso foi o que menos irritou no filme, mas serve como uma observação mesmo.
[/spoiler existiram, tchau]
Quanto O Espelho, achei um bom filme. Uma pena que eu vi em dois momentos, por comecei a vê-lo de madrugada e meu sono foi maior que o filme (por mais que eu tivesse gostando). Embora eu tenha achado a montagem confusa, o roteiro se sustenta e o Tarkovski sabe criar belos planos, como aquele caótico da casa vindo a baixo. Eu dei [69] para esse. Além desse só vi Stalker que eu acho obra-prima e é um dos meus filmes favoritos. Mas daqui há uns meses vai estar na hora de revê-lo.
A montagem do espelho é confusa porque ela se divide pela narração de duas personagens. Sem contar que a maioria são lembranças, etc.
sim, isso eu notei. Mas continua sendo confusa ao meu ver.
Eu vi esse The Heart of the World no youtube. Da primeira vez eu nem gostei, mas aí vi de novo e de novo e, porra, o troço é realmente foda. Cada detalhe que eu nem tinha percebido etc.
Mas não entendi o porquê daquele troço lá ser em formato de um falo.
tb vi o curta no youtube. é tão exótico que me deixou meio atordoado, vou ver mais vezes com certeza. Não tenho nota pro filme, mas é certamente genial.
Acho que é impossível pra mim um filme de 6 minutos me fazer chorar.
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