There Will Be Blog

You got some nerve coming here

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Local: Goiânia, Goiás, Brazil

sexta-feira, agosto 25, 2006

Conspiração Mineira

Não é sempre que você encontra coisas ridículas na internet. Mentira. É sempre. Mas não em proporções tão gigantescas e misteriosas como o que eu descobri hoje no YouTube. Talvez alguém possa me iluminar sobre o que diabos isso significa:



Primeiro, eu pensei “Ok, ela perdeu uma aposta”. Mas aí eu olhei ali do lado, na parte de “Explore More Videos” e vi que são várias pessoas fazendo exatamente a mesma coisa, e aparentemente no mesmo lugar (computador à esquerda, parede branca no fundo). A maioria tem um sotaque semi-nauseante, e todos faltaram as aulas de “Leitura em Classe” na quarta série. Possíveis explicações que pularam na minha cabeça assim:

1) Grupo de amigos do interior de Minas Gerais decide lançar uma nova moda de fazer críticas de filmes pelo YouTube.

2) Plano do Bill Gates para dominar o mundo.

3) Grupo de amigos do interior de Minas Gerais decide dominar o mundo.

4) Várias pessoas perderam apostas.

5) Parte da campanha de marketing da refilmagem americana de Pulse, um filme sobre fantasmas malignos que habitam a internet.

6) Parte da campanha de marketing do filme Trair e Coçar é Só Começar, um filme sobre fantasmas malignos que habitam o cinema brasileiro.

7) Parte da campanha de marketing de Geraldo Alckmin.

8) Seleção natural.

Se alguém tem mais alguma explicação, de preferência uma correta, por favor, me informe. Alguns desses vídeos chegam a ser perturbadores, como esse:



Eu não sabia que ainda existiam pessoas que pronunciavam “fire” como “FÁIRI”. E eu não sabia que pessoas podem dizer algo como “A banda consegue em 10 faixas traduzir a vida de um microcosmo social, síntese da própria condição humana” e não serem presas ou fuziladas.

Tem também esse pobre coitado:



Parece um daqueles jovens pastores que vão ler um salmo no horário religioso do canal Rede Vida (ou Rede Mulher, sei lá). Se sentir um desejo violento de dar um tapa na cara dele, é apenas evidência de que você é um ser humano.

Veja esse:



Adorei o boné e o colar e a camisa de gola polo amarela. Deve ter ido direto pro show do Jota Quest depois da gravação. “O estilo cinemão do Tio Sam.” Muito bom.

Espero que eles estejam sendo pagos.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Não Só De Manhã

“In The Morning” é meu cafetão, eu sou sua prostituta. Se eu não respeitá-lo, ele vai me dar alguns tapas e me colocar no lugar. E roubar meu dinheiro. Ele me faz sentir como se ficar longe dele fosse arruinar a minha vida. Mesmo por uma hora.

Não é só uma canção, é um novo jeito de viver. É o equivalente a um daqueles grupos espirituais new age que vão pra algum morro viver em harmonia ouvindo Enya enquanto esperam o apocalipse chegar. Todos eles vestem branco, e são vegetarianos, e alguns tem o cabelo raspado. Deu pra visualizar?

Agora imagina eles dançando = “In The Morning”

O seu título sugere um clima matinal, mas ela também funciona à noite, ou na hora do almoço, ou enquanto você escova os dentes. É como pinga, não existem momentos impróprios.

Quando ela está tocando, eu paro de funcionar como uma pessoa, e viro um dos Junior Boys. Eu repito os “Oh! Too young!” do mesmo jeito sexy e levemente afeminado deles. E repito os “Tsc” e os “Uh!” e os “Hmm” que complementam a percussão.

E tem aquele riff de sintetizador que aparece na música lá pra 2:54 e devasta tudo no seu caminho (quem ouviu a música sabe do que eu to falando). A textura é tão maravilhosa que quase dá pra sentir ele batendo no seu corpo. Parece um esquilo chapado em ecstasy tocando uma corneta, mas é um esquilo sexy, que você obedeceria sexualmente se ele prometesse nunca sair da sua vida. Quando ele surge, meu corpo e mente não sabem como reagir, então eu travo completamente em puro êxtase.

Músicas como “In The Morning” são o motivo de tanta violência, guerra, fome, pobreza e sofrimento no mundo. Elas deixam tudo equilibrado.

O resto do álbum também é ótimo, bla bla bla, etc. Peguem.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Brett Ratner, O Garanhão



Mandaram-me o link de uma entrevista com o Brett Ratner (o picareta responsável, Hora do Rush 1 & 2, Dragão Vermelho, X-Men 3, entre outras desgraças) que supostamente mostrava o quanto ele é idiota. Eu esperava alguns comentários bobos aqui e ali, mas não podia imaginar quão estupidamente hilária a coisa ia ficar. Brett Ratner superou todas as minhas expectativas.

A (longa) entrevista foi conduzida pelo site nerd CHUD.com, durante as filmagens de algum projeto que o Brett está participando. Vou traduzir os meus (vários) trechos favoritos e incluir meus comentários em itálico:

CHUD: Você está no The Outsider, um documentário sobre [James Toback]. Ele é seu diretor favorito, mas vocês são diretores bastante diferentes – você é um diretor grande e comercial, e ele tem uma coisa bem diferente e íntima pro estilo dele. Você consegue se ver seguindo nesse caminho, seguindo na direção Tobackiana?

Ratner: (ri) Não. Olha, eu faço meus pequenos projetos, meus livros de fotos, mas eu sou um contador de histórias. E minhas sensibilidades são mais populares, mais comerciais. Mas o fato de eu ter um relacionamento com o Toback – pessoas que me conhecem não pelo meu trabalho, mas me conhecem pelo o que eu sou – mostra que eu não sou um picareta ou um comercial vendido.
[Os críticos deviam sair pra tomar umas bebidas com o Brett, pois aí eles iam perceber que ele não é estúpido e superficial, somente os filmes dele. Ok.] Eu tenho respeito de Toback e Polanski e todos esses caras porque eu sou um cineasta de verdade. Quer você goste ou não do gênero que eu estou trabalhando [ser “comercial” é um gênero?], você não pode negar que eu sei o que estou fazendo [hahahahahaha]. E se você ver o Making Of [de X-Men 3] – eu tava assistindo ele outro dia, e você me vê tendo essa idéia, aquela idéia, e como eu junto elas e como eu faço funcionar. [deve ser um belo Making Of]

[algumas perguntas depois...]

Ratner: Olha, eu acho que há uma linha embaçada entre a minha personalidade pública e o meu trabalho. Simplesmente aconteceu. Eu acho que eventualmente as pessoas vão olhar pra trás e pensar “Wow”. [hahahahahahahah!]

[...]

Ratner: As pessoas sempre me odiaram.

CHUD: É uma questão de inveja?

Ratner: É isso que minha mãe me diz, mas é a minha mãe. Eu não sei.

CHUD: É engraçado abrir os tablóides e ver coisas sobre você lá, ou é irritante?

Ratner: Não é irritante. Eu não me levo tão a sério. Eu consigo rir disso. Se eu levasse a sério, ia piorar. Eu amo o que eu faço. Eu amo cineastas. Werner Herzog está aqui [na cidade] – isso não é legal? A maior estrela podia estar no lugar e eu vou me importar é com os cineastas – os diretores e diretores de fotografia e produtores. São pessoas que eu admiro. E eu amo filmes. Eu vim dirigindo de L.A. e durante toda a viagem nós brincamos do Jogo dos Filmes. A gente tentou lembrar de filmes com animais como protagonistas
[hahahahahah]. Eu fui falando e falando e falando e eu pensei tipo, “Wow, eu já vi muitos filmes!” [hahahahahaha. Que ele já viu muitos filmes com animais como protagonistas pode ser uma pista para as suas habilidades como diretor] No fim do dia eu quero deixar uma marca, de alguma forma. Se um de meus filmes se segurar por 100 anos, eu vou estar feliz de onde quer que eu esteja assistindo [do inferno, nós esperamos].

[aí segue um trecho onde o entrevistador narra um fato que ele descobriu sobre Brett Ratner]

O que é incrível de se sentar com Ratner por qualquer quantidade de tempo é assistir ele fazer o que talvez seja o verdadeiro trabalho de sua vida: flertar com garotas. [Oh. Meu. Deus.] Ele é impiedoso, dizendo “Olá docinho” ou trocando flertes com todas as mulheres que passam por perto. Em um momento, Ratner trouxe o ator Woody Harrelson para perto de sua atraente figurante com quem ele estava flertando, e apresentou ela como sua futura namorada. Ele tentou fazer uma das participantes da sua equipe de filmagem desistir de um noivado.

“Sempre encontre algo que você tem em comum”, ele me ensinou. Ratner elogia o livro The Game como um grande guia sobre como pegar mulheres. Eu me perguntei se isso foi algo que veio a Ratner depois que ele se tornou um diretor famoso, mas na última semana eu falei com várias pessoas que o conheciam há um bom tempo, e esse, eles me dizem, é quem Brett é.

[Tá aí, gente. Brett Ratner. O Garanhão.]



[E a entrevista continua...]

CHUD: Então Rush Hour 3 está realmente acontecendo?

Ratner: Sim. Vou filmar em 8 semanas.

CHUD: O que vai fazer este diferente dos outros dois?

Ratner: É uma comédia de parceiros com elementos de comédia “peixe-fora-d’água”. Ele mistura gêneros.
[Original. Talvez o filme inclua até Humor Étnico] Jackie Chan no primeiro veio pra L.A. e era um peixe fora d’água. Chris Tucker no segundo foi pra Hong Kong. Agora os dois vão pra Paris, onde eles não falam a língua. [Brilhante] Se você realmente entende de filmes, você vai saber minhas inspirações. Meus filmes são mais Operação Dragão, 48 Horas, Um Tira de Beverly Hills. [Um filme protagonizado por um lutador chinês, e outros dois por um policial negro espertalhão interpretado por Eddie Murphy. Agora nós sabemos de onde A Hora do Rush surgiu.]

CHUD: Filmes que você cresceu vendo.

Ratner: Sim, mas filmes que não tem um estilo, per se. Mas toda cena em meus filmes vem de outros filmes.
[hahahaahahahahahahhaha!!!]

CHUD: Como vocês deixam a série [de Hora do Rush] ainda excitante?

Ratner: Nós queremos fazer um filme superior ao último. Hollywood infelizmente é construída em cima de seqüências agora – é tudo seqüências e refilmagens, e isso é um desafio. Não há tanta engenhosidade quantos nos anos 60 e 70 quando os cineastas estavam inventando gêneros, criando coisas que você nunca havia visto antes. Itália, França – no mundo todo. Eles nunca haviam pensado em refilmar um filme. Bem, Scarface foi o remake de um filme antigo ou uma adaptação.
[Sim, Scarface foi refilmado nos anos 60 na Itália] Mas antes disso não havia nenhuma refilmagem. [Então, de acordo com Brett Ratner, Scarface foi a primeira refilmagem da história do cinema (!)]

[Momentos depois...]

CHUD: Você tem algum filme menor em espera?

Ratner: Eu gostaria de refilmar The Killing of a Chinese Bookie.
[Isso parece quase uma paródia de uma entrevista com ele. Mas não é.]

CHUD: Isso requer bastante coragem. Refilmar um clássico de Cassavetes.

Ratner: Coragem? Fala sério, o Paul Thomas Anderson disse que vai pessoalmente pôr uma bala na minha cabeça.
É um dos filmes favoritos dele. O problema é que ninguém o viu, além de cinéfilos. Nunca foi lançado nos EUA – eu acho que passou apenas por um dia e Cassavetes o tirou por causa de críticas ruins. Só foi lançado na França. Eu acho que é um filme cult e um filme com falhas. [E é claro, ao invés de propor um relançamento pro filme, Ratner acha que é melhor refazê-lo, e talvez corrigir as “falhas” com suas habilidades cinematográficas. Muito bom.]



Mais trechos randômicos de Brett Ratner extraídos do resto da entrevista:

- “Fazer um remake de O Poderoso Chefão é um sacrilégio... mas por quê? Existem tantos canais e formatos que possam ter uma platéia que quer assistir O Poderoso Chefão como uma minissérie de 4 horas. Sei lá, deixe as pessoas se expressarem”.

- “Eu acho que no mercado de DVD vai haver uma queda de vendas. Eu não sei... Os garotos querem assistir filmes nos seus iPods e nos seus celulares. O futuro está aqui agora. Você vai ter um celular baixando vídeo de qualidade digital de filmes e vai plugá-lo na TV. DVD vai se tornar obsoleto nos próximos anos.”

- “Eu acho que as pessoas podem olhar pros meus filmes e pensar ”esse é um filme do Brett”. Não é porque eu tenho uma tomada como a do Spike Lee, flutuando pela rua.”

Sim, é porque o filme é uma merda.

- “E com o que estava acontecendo no mundo naquela época [anos 60], porque só havia três canais de TV e você nunca assistia nada do tipo. É por isso que Psicose não funciona agora. Um cara [cara???] sendo esfaqueado no chuveiro? Você já viu até cabeças de pessoas sendo cortadas por causa do que está sendo agora no mundo.”

Sim, Brett, pois o motivo de Psicose ter se tornado um clássico foi o nível de violência que ele continha. Então se você quer garantir que um de seus filmes seja lembrado daqui a 100 anos, coloque bastante violência e sangue e tripas nele. E um animal protagonizando. Pode ser uma refilmagem. De Lassie. Ou Au Hasard Balthazar.

- “Mas eu te digo, e eu juro por Deus que eu não sei de nenhum outro cineasta que pode dizer o mesmo – não há um segundo em qualquer filme que eu fiz que eu olho e penso ‘Ugh.’”

Tradução: os meus padrões de qualidade estão bem abaixo dos de qualquer outro cineasta que eu conheça.

Tradução 2: Meu nome é Brett Ratner e eu nunca reclamo de nada, porque eu nunca entendo o que reclamar.

Tradução 3: Meu nome é Brett Ratner. Eu sou tonto.



quarta-feira, agosto 02, 2006

"A risada é sem dúvida um grande... radar"